O cuidado em nomear emoções: Estamos "patologizando" demais?
- miltoncamilogc
- 17 de nov.
- 1 min de leitura
Em um cenário onde saúde mental ganhou espaço na mídia, redes sociais e cotidiano, o que por um lado é uma excelente notícia: estamos preocupados em manter o bem estar, dialogar sobre as emoções e dar voz às angústias; estamos também enfrentando um fenômeno preocupante: a patologização de comportamentos humanos comuns.
Sentimentos como tristeza, frustração, inquietação, cansaço, variações de humor (aspectos normais da experiência humana) tem sido muitas vezes confundidos com diagnósticos clínicos, gerando interpretações equivocadas e agravando sofrimentos que poderiam ser elaborados de forma mais natural.
A Psicologia, fundamentada em rigor técnico e ético, reconhece que nem toda dor é uma patologia e que nem toda dificuldade emocional se enquadra em um transtorno. O papel do psicólogo é justamente diferenciar o que faz parte do desenvolvimento humano e o que realmente demanda intervenção clínica especializada (Psiquiatria)
Quando tudo vira "sintoma", corre-se o risco de reduzir a complexidade da vida a "rótulos", limitar a autonomia do sujeito e enfraquecer a compreensão de suas próprias experiências.
A patologização excessiva pode gerar estigmas, reforçar inseguranças e produzir uma dependência de diagnósticos que não refletem a realidade psíquica da pessoa.
O profissional deve sempre manter a ética e rigor técnico em questão, juntamente com equipe multidisciplinar, avaliando com profundidade cada caso e reconhecendo singularidades e descrições gerais que fazem parte de diagnósticos. Evitando conclusões precipitadas e percepções do senso comum.
Em essência, cuidar da saúde mental também é preservar a fronteira entre o que é de ordem da vida e o que realmente é configurado uma psicopatologia.
Evite diagnosticar-se e diagnosticar os demais com base apenas nos comentários do senso comum.
Procure profissionais capacitados: Psiquiatras, Psicólogos.


Comentários